sábado, 11 de julho de 2009

Morte por nova gripe deixa vizinhos preocupados em rua de Osasco

Ministério da Saúde confirmou morte de menina de 11 anos em SP. Vizinhos da criança temem que novos casos da doença surjam na rua.

Movimentação na Rua Paulo Soares, em Osasco), onde morava uma menina de 11 anos, que morreu vítima da influenza A (H1N1)

A confirmação da morte de uma menina de 11 anos pela nova gripe, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, provocou uma grande movimentação e gerou boatos na rua em que a criança morava em Osasco, na Grande São Paulo. Ao longo do dia, segundo moradores da Rua Paulo Soares, no Jardim Santo Antônio, a movimentação no local foi intensa, o que despertou a atenção de várias pessoas que moram ou passavam pela região. Quem ficou sabendo do motivo ficou assustado. “Vi aquele monte de carro de TV e fui perguntar o que era. Aí, fiquei sabendo que a menina morreu de gripe. Isso pega, né? E agora, como é que vai ser com a gente?”, perguntava Maria de Lourdes Gomes, de 35 anos, que vive no bairro. Morador da casa de número 186 da rua (próxima à casa da menina morta) desde 1970, o aposentado Joel Brás disse que ficou sabendo da morte da criança há mais de uma semana e que já havia comentários de que causa seria a nova gripe. “Ficamos sabendo inclusive que mais gente da casa pegou. O pai e o outro filho. Está todo mundo comentando”, disse. O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barada, confirmou nesta tarde que, além da menina, o pai, a mãe e o irmão dela também contraíram o vírus H1N1. A mãe e o filho estão bem. O pai permanece internado no Hospital Emílio Ribas, na região central de São Paulo, com problemas respiratórios.

Brás afirmou que a família da criança era bastante reservada e que depois da morte não viu mais ninguém na casa. “A gente via a menina brincando com a pai aqui na frente, passava e cumprimentava, mas era só isso. Eles eram muito na deles. Depois do que aconteceu, a gente não viu mais ninguém”, afirmou.

Quem também disse não ver os vizinhos foi o motorista Gésio Antônio Chagas, de 55 anos, que mora há uma semana na casa 168, duas após a residência da menina. Ele conta que desde que se mudou nunca viu os vizinhos e, há dois dias, começou a escutar os boatos de que a menina teria morrido de gripe. “Mal a gente chega aqui e já fica sabendo de uma morte dessas. Ficamos com medo. Está todo mundo por aqui meio assustado, achando que mais gente da rua vai pegar”, falou.

Morte por gripe

A morte da menina de 11 anos foi a primeira pela doença confirmada no estado de São Paulo. A criança morreu no dia 30 de junho. Ela foi internada com fortes dores abdominais e vômitos, além de febre. No dia seguinte, apresentou febre de 39 graus, tosse, dores no corpo e vômitos. Ela apresentou os primeiros sintomas da gripe no dia 28 e morreu no dia 30, cerca de seis horas após ter sido internada em UTI de um hospital particular de Osasco. Ainda de acordo com a Secretaria, ninguém da família relata que viajou para o exterior ou teve contato com pessoas que saíram do país. O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira que 52 novos casos da nova gripe foram contabilizados no país. Com as confirmações desta tarde, chega a 1.027 o número de registros da doença provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), desde os primeiros casos de infecção verificados no Brasil, no dia 8 de maio.

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