Ministério da Saúde confirmou morte de menina de 11 anos em SP. Vizinhos da criança temem que novos casos da doença surjam na rua.
A confirmação da morte de uma menina de 11 anos pela nova gripe, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, provocou uma grande movimentação e gerou boatos na rua em que a criança morava em Osasco, na Grande São Paulo. Ao longo do dia, segundo moradores da Rua Paulo Soares, no Jardim Santo Antônio, a movimentação no local foi intensa, o que despertou a atenção de várias pessoas que moram ou passavam pela região. Quem ficou sabendo do motivo ficou assustado. “Vi aquele monte de carro de TV e fui perguntar o que era. Aí, fiquei sabendo que a menina morreu de gripe. Isso pega, né? E agora, como é que vai ser com a gente?”, perguntava Maria de Lourdes Gomes, de 35 anos, que vive no bairro. Morador da casa de número 186 da rua (próxima à casa da menina morta) desde 1970, o aposentado Joel Brás disse que ficou sabendo da morte da criança há mais de uma semana e que já havia comentários de que causa seria a nova gripe. “Ficamos sabendo inclusive que mais gente da casa pegou. O pai e o outro filho. Está todo mundo comentando”, disse. O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barada, confirmou nesta tarde que, além da menina, o pai, a mãe e o irmão dela também contraíram o vírus H1N1. A mãe e o filho estão bem. O pai permanece internado no Hospital Emílio Ribas, na região central de São Paulo, com problemas respiratórios.
Brás afirmou que a família da criança era bastante reservada e que depois da morte não viu mais ninguém na casa. “A gente via a menina brincando com a pai aqui na frente, passava e cumprimentava, mas era só isso. Eles eram muito na deles. Depois do que aconteceu, a gente não viu mais ninguém”, afirmou.
Quem também disse não ver os vizinhos foi o motorista Gésio Antônio Chagas, de 55 anos, que mora há uma semana na casa 168, duas após a residência da menina. Ele conta que desde que se mudou nunca viu os vizinhos e, há dois dias, começou a escutar os boatos de que a menina teria morrido de gripe. “Mal a gente chega aqui e já fica sabendo de uma morte dessas. Ficamos com medo. Está todo mundo por aqui meio assustado, achando que mais gente da rua vai pegar”, falou.
Morte por gripe
A morte da menina de 11 anos foi a primeira pela doença confirmada no estado de São Paulo. A criança morreu no dia 30 de junho. Ela foi internada com fortes dores abdominais e vômitos, além de febre. No dia seguinte, apresentou febre de 39 graus, tosse, dores no corpo e vômitos. Ela apresentou os primeiros sintomas da gripe no dia 28 e morreu no dia 30, cerca de seis horas após ter sido internada em UTI de um hospital particular de Osasco. Ainda de acordo com a Secretaria, ninguém da família relata que viajou para o exterior ou teve contato com pessoas que saíram do país. O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira que 52 novos casos da nova gripe foram contabilizados no país. Com as confirmações desta tarde, chega a 1.027 o número de registros da doença provocada pelo vírus Influenza A (H1N1), desde os primeiros casos de infecção verificados no Brasil, no dia 8 de maio.
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