terça-feira, 11 de agosto de 2009

Justiça acata denúncia contra Universal

Edir Macedo, fundador e líder da igreja, e outras nove pessoas vão responder por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Arquivo / Época
ACUSAÇÃO Edir Macedo , líder da Igreja Universal, vai responder por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
A Justiça de São Paulo acatou na segunda-feira (11) a denúncia de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro feita pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra Edir Macedo e outras nove pessoas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus. A decisão significa que os dez acusados são, agora, réus. De acordo com o jornal O Globo, o MPE afirma que Edir Macedo seria o chefe de uma quadrilha que usava empresas de fachada para desviar recursos provenientes das doações dos fiéis da Universal e praticar uma série de fraudes. Segundo a denúncia, essas empresas repassavam os recursos para paraísos fiscais no exterior por meio de jatinhos, que levavam o dinheiro em espécie. Os recursos, prossegue a denúncia, iam parar nos cofres da Investholding, localizada nas Ilhas Cayman, e da Cableinvest, sediada nas Ilhas do Canal. Esses recursos voltavam ao país de duas formas, segundo o MPE. A primeira eram empréstimos contratados em nome de representantes no Banco Unido Holandês ou via a casa de câmbio Cambio Val, do Uruguai. A segunda forma era o repasse direto a pessoas físicas com relações com a Universal. Segundo o MPE, os recursos eram usados no Brasil para adquirir empresas e bens ligados à Universal. De acordo com a Folha de S.Paulo, a movimentação suspeita da igreja teria somado R$ 4 bilhões entre 2003 e 2008, em um total de R$ 8 bilhões. As duas empresas que seriam de fachada segundo o MPE são a Unimetro e a Cremo, sediadas em São Paulo. Segundo O Globo, relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sugerem que as duas companhias mantinham contratos atípicos e faziam movimentações financeiras incompatíveis com sua capacidade financeira. Edir Macedo não aparece oficialmente como sócio das empresas, mas a investigação do MPE – que teve início em 2007 e contou com a participação de quatro promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – recolheu provas de que o líder da Universal seria o verdadeiro comandante das companhias.

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