sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chuva na Região Serrana é maior tragédia climática da história do país


A chuva na Região Serrana do RJ, que provocou 506 mortes, já é considerada a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram.

Segundo os últimos levantamentos das prefeituras de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e Sumidouro, e da Polícia Civil, o total de mortos na Região Serrana chega a pelo menos 506.

Às 22h10, a prefeitura de Teresópolis, informou que o número de mortos na cidade subiu para 223. Em Nova Friburgo, o número subiu para 225, segundo o coordenador da Defesa Civil do município, coronel Roberto Robadey. Em Sumidouro, a prefeitura confirmou um total de 19 mortos. Já em Petrópolis, a prefeitura divulgou que o total de mortos chega a 39 mortos. A Polícia Civil informou que 470 corpos já foram identificados pelos peritos do IML (Instituto Médico Legal).

De acordo com especialistas, a explicação para a repetição de tragédias no RJ é a falta de controle e planejamento no crescimento das cidades.  O relevo das cidades serranas funciona como uma barreira que impede a passagem das nuvens. Concentradas, elas provocam muita chuva numa única área.  A parte alta das montanhas é um terreno muito inclinado e a vegetação cresce sobre uma camada fina de terra. A água da chuva vai penetrando no solo, que fica encharcado e se descola da pedra. O volume de terra desce como uma grande avalanche, devastando o que encontra pela frente

No ano passado, de janeiro a abril, o estado do Rio de Janeiro teve 283 mortes, sendo 53 em Angra dos Reis e Ilha Grande, na virada do ano, 166 em Niterói, onde se localizava o Morro do Bumba, e 64 no Rio e outras cidades atingidas por temporais em abril. Em SP, durante o primeiro trimestte de 2010, quando a chuva destruiu São Luiz do Paraitinga e prejudicou outras 107 cidades, houve 78 mortes. Os números da Região Serrana do RJ superam ainda os de 2008 em Santa Catarina, com 135 mortes.

G-1

 MATRÍCULAS ABERTAS

VALE DO AÇU AMEAÇADO PELAS CHUVAS

Os municípios localizados no Vale do Açu podem sofrer novamente com as enchentes que assolaram a região em 2008 e 2009. A previsão da Emparn de chuvas fortes na região nos próximos meses têm deixado os prefeitos do Vale preocupados com o que pode vir pela frente caso a análise se confirme. Com a intenção de prevenir as cidades de estragos ainda maiores, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) se reuniu com o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Thiago Cortez, o comandante do Corpo de Bombeiros, Elizeu Lisboa Dantas, e o prefeito de Assú, Ivan Júnior (PP), para discutir medidas que possam amenizar os prejuízos.
Uma das medidas adotadas na reunião foi o envio de uma equipe do Corpo de Bombeiros para fazer um estudo aprofundado sobre as possíveis áreas de risco em caso de enchente. Acompanhada do prefeito Ivan Júnior, a equipe do Corpo de Bombeiros visitou diversas localidades, entre elas a barragem Armando Ribeiro Gonçalves e a ponte localizada sobre o Rio Piranhas que corre o risco de desabar em uma chuva mais forte. As visitas continuam nos próximos dias para que a análise dos pontos críticos sejam entregues à governadora para que sejam tomadas as medidas cabíveis antes das chuvas mais intensas, que devem ocorrer entre fevereiro e maio.
De acordo com o metereologista da Emparn Gilmar Bistrot, a previsão para os próximos dias na região do Vale do Açú é de céu parcialmente nublado com pancadas de chuva. “A curto prazo, que deve permanecer até meados de fevereiro, não temos previsão de chuvas mais intensas”, afirmou. O especialista disse que o fato dessas chuvas mais fortes se deve à presença do fenômeno La Niña.
Mesmo com a previsão de que as chuvas intensas ainda vão demorar um pouco para chegar à região, o prefeito de Assu se preocupa, pois o prejuízo é incalculável e os municípios que enfrentaram as enchentes em 2008 e 2009 estão se reerguendo ainda. “Seria péssimo para todos porque estamos levantando a economia das cidades agora. Na época parou a Petrobras e o setor de fruticultura. O prejuízo para o estado foi tão grande que não sei calcular”, disse.
Segundo o prefeito, a reconstrução foi mais difícil porque os municípios destruídos pelas enchentes em 2008 até o momento não receberam os recursos. “Só para Assu foram solicitados R$ 10 milhões, mas não recebemos nada”, disse. Outra reclamação do prefeito é que o Seguro Safra – benefício concedido às famílias de agricultores que perdem suas colheitas devido às enchentes ou a seca – também não foi pago. “O governo federal e os municípios fizeram sua parte, mas o estado não mandou a contrapartida, por isso os agricultores não receberam o dinheiro”, declarou. Ivan Júnior afirmou que foram repassados para os municípios arruinados pelas chuvas, em 2009, cerca de R$ 20 milhões pelo governo federal.
Fonte: Diário de Natal

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