( Matéria do Jornal de Fato, domingo, 09.06.09)
Municípios esperam ajuda do Governo JOTTA PAIVA Da redação
Vale do Assu - Já se vão quase dois meses que milhares de famílias do Vale do Açu sofrem devido às enchentes que se repetiram neste ano. Ainda abatidos com os alagamentos de 2008 que lhes roubaram parte da dignidade plantada, homens, mulheres e crianças revivem a desesperança de ver os sonhos sendo inundados pelas águas tão desejadas em tempos idos.
A dor do desengano pode ser vista no rosto de qualquer personagem perdida no lamaçal ou entre os que se abrigam em escolas públicas. A voz rouca da aposentada Maria Dalva Dantas exprime bem a dor de todos que viram a água tomar suas residências encobrindo móveis, alimentos e suas seguranças.
Alto do Rodrigues - O município de Alto do Rodrigues é hoje o mais prejudicado. A Defesa Civil municipal havia liberado o retorno dos prejudicados as suas residências, nas zonas urbana e rural, porém, o retorno das chuvas renovou o perigo e obrigou as famílias a voltarem para os abrigos improvisados.
Segundo o assessor de comunicação social, Assis Medeiros, até o momento não há nenhuma previsão de retorno das aulas, já que todas as escolas estaduais e municipais continuam ocupadas com os afetados.
"O problema foi alguns açudes pequenos no Seridó que começaram a sangrar, e as barragens de grande porte que aumentaram o seu nível", disse Assis.Ele alertou que, apesar da situação ser mais amena, as sangrias continuam.
Barragem: O maior reservatório hídrico do Estado, barragem engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, transborda com lâmina de 1.20 e o açude Mendobim com 15 centímetros. Sangram também os reservatórios que ficam à montante da barragem de Itajá: o Gargalheiras, em Acari com 10cm e o sistema Curema/Mãe D'água, no vale do Piacó no Estado da Paraíba, que continua com lâmina de 36 centímetros.
Em meio a tanto sofrimento, a falta de ajuda para os municípios afetados é lastimante. De acordo com Assis, a prefeitura está arcando com todas as despesas dessa nova catástrofe local. "O problema começou no dia 22 de abril, de lá pra cá o Governo do Estado liberou duas feiras e alguns medicamentos.
A partir daí o problema ficou todo em nossas mãos", disse Assis.
Queda na arrecadação: Alto do Rodrigues enfrenta uma série de problemas devido à situação do seu território. Situado numa área de baixios, a região que compreende as várzeas funciona como represa, aumentando as inundações no Centro da cidade.
A administração lamenta a falta de recursos, principalmente nesse período de crise onde há grande redução nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios e royalties provenientes da exploração do petróleo da Petrobras.
"A redução nos repasses se aproximam dos 70%", alerta o assessor.
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