sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Pescador potiguar resgatado no Ceará quer voltar ao trabalho


As lágrimas agora são de felicidade. A família do pescador potiguar Francisco Januário de Souza comemora o retorno do "herói" para casa. Depois de oito dias perdido no Oceano Atlântico, o pescador traz consigo as marcas de dias exposto ao sol e de incidentes ocorridos no bote nas tentativas de salvamento. Mesmo após ter enfrentado momentos de terror em alto mar, não perdeu o humor e falou tranquilamente sobre o assunto. Ele, inclusive, disse que está disposto a voltar a trabalhar.

Não quero passar por outra dessas. Mas estou pronto para voltar à pescar", disse. De volta a Natal desde ontem (11), Francisco aproveita a companhia da mulher, dos filhos, netos e amigos. A área da casa sempre está cheia e todos querem ouvir a história do pescador.

Recebido com festa, após ter sido dado como morto pela Marinha, na quarta-feira passada, ele conta como passou 192 horas à bordo de um bote inflável, sobrevivendo com o mínimo de comida e água possíveis. "Graças a Deus eu tinha barra de cereal e alguns saquinhos de água. Mas quanto a água acabou, eu pensei que ia morrer. Antes disso, eu estava tranquilo e passava o tempo cantando", disse.

Francisco Januário foi resgatado por um barco de pesca cearense nas proximidades do município de Acaraú, divisa com o Maranhão. O pescador já tinha passado por três barcos e nenhum deles avistou o pedido de socorro. "Quando recebemos a ligação da esposa do dono do barco, não conseguimos segurar a emoção e saímos gritando na rua que ele estava vivo", dizia com alegria uma das filhas de Francisco, Mércia de Souza.


 
Num longo depoimento na sede da Polícia Federal na madrugada de quinta-feira, acompanhado por um grupo restrito de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, preso na quarta-feira na Lagoa , afirmou que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a policiais civis e militares da banda podre.
A propina gorda seria entregue a numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas, de casos de extorsão. Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que, devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.

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