As lágrimas agora são de felicidade. A
família do pescador potiguar Francisco Januário de Souza comemora o
retorno do "herói" para casa. Depois de oito dias perdido no Oceano
Atlântico, o pescador traz consigo as marcas de dias exposto ao sol e de
incidentes ocorridos no bote nas tentativas de salvamento. Mesmo após
ter enfrentado momentos de terror em alto mar, não perdeu o humor e
falou tranquilamente sobre o assunto. Ele, inclusive, disse que está
disposto a voltar a trabalhar.
Não quero passar por outra dessas. Mas estou pronto para voltar à pescar", disse. De volta a Natal desde ontem (11), Francisco aproveita a companhia da mulher, dos filhos, netos e amigos. A área da casa sempre está cheia e todos querem ouvir a história do pescador.
Não quero passar por outra dessas. Mas estou pronto para voltar à pescar", disse. De volta a Natal desde ontem (11), Francisco aproveita a companhia da mulher, dos filhos, netos e amigos. A área da casa sempre está cheia e todos querem ouvir a história do pescador.
Recebido com festa, após ter sido dado como
morto pela Marinha, na quarta-feira passada, ele conta como passou 192
horas à bordo de um bote inflável, sobrevivendo com o mínimo de comida e
água possíveis. "Graças a Deus eu tinha barra de cereal e alguns
saquinhos de água. Mas quanto a água acabou, eu pensei que ia morrer.
Antes disso, eu estava tranquilo e passava o tempo cantando", disse.
Francisco Januário foi resgatado por um
barco de pesca cearense nas proximidades do município de Acaraú, divisa
com o Maranhão. O pescador já tinha passado por três barcos e nenhum
deles avistou o pedido de socorro. "Quando recebemos a ligação da esposa
do dono do barco, não conseguimos segurar a emoção e saímos gritando na
rua que ele estava vivo", dizia com alegria uma das filhas de
Francisco, Mércia de Souza.
Num longo depoimento na sede da Polícia
Federal na madrugada de quinta-feira, acompanhado por um grupo restrito
de policiais federais, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem,
chefe do tráfico na Rocinha, preso na quarta-feira na Lagoa , afirmou
que metade de tudo que faturava com a venda de drogas era entregue a
policiais civis e militares da banda podre.
A propina gorda seria entregue a
numerosos agentes públicos. O traficante deu detalhes, inclusive datas,
de casos de extorsão. Ainda no depoimento, o criminoso afirmou que,
devido às constantes extorsões, em alguns períodos seu faturamento era
zero. Segundo algumas estimativas da Polícia Civil, não confirmadas no
depoimento, o bandido faturava mais de R$ 100 milhões por ano.
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