A Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou nesta segunda-feira(07) que os trabalhadores da Petrobras, assim como de subsidiárias, rejeitaram a contraproposta apresentada pela empresa no último dia 31 de outubro e aprovaram greve por tempo indeterminado a partir do dia 16, que deve incluir a parada de controle da produção caso não haja uma proposta satisfatória até a data.
Em nota da Fup, os petroleiros reivindicam uma nova política de
segurança, aumento de efetivos, melhoria nos benefícios, igualdade de
direitos para combater a precarização do trabalho terceirizado, fim das
práticas antissindicais, 10% de ganho real, entre outras reivindicações.
No comunicado, a federação afirma que, em sete propostas, a empresa
deixou de levar em conta os principais pedidos.
Trabalhadores da Petrobras têm se reunido para realizar diversas
mobilizações pelo país desde o dia 19 de outubro, o que incluiria cortes
e atrasos nas trocas de turno, procurando afetar as atividades
operacionais da empresa.
Durante o Fórum Nacional de Práticas de SMS, no dia 6 de setembro, os
sindicados apresentaram uma proposta diretamente à presidência e à
diretoria da Petrobras, que teria sido ignorada por mais de 60 dias.
"Nenhuma ação concreta foi realizada pela empresa para evitar tragédias
anunciadas, como quedas de aeronaves, explosões, vazamentos, entre
tantas outras ocorrências que se tornaram rotina nas Petrobras e
subsidiárias. Desde a realização do Fórum, mais três petroleiros
morreram em acidentes de trabalho e inúmeras ocorrências graves já foram
denunciadas pela FUP e seus sindicatos", diz a nota.
Procurada pelo SRZD, a Petrobras emitiu um breve comunicado
afirmando ter apresentado diversas propostas ao grupo, que recusou o um
acordo. Segundo a assessoria da impresa, a partir de agora, dependeria
dos participantes da Fup qualquer tipo de posicionamento.
"A Petrobras apresentou às entidades sindicais propostas de cláusulas
econômicas e sociais para o Acordo Coletivo de Trabalho 2011. Além de
reajuste de 9% e gratificação de 90% de uma remuneração, a empresa
propõe avanços em diversos itens relacionados ao plano de saúde e
previdência dos empregados, condições de saúde e segurança, entre outras
questões", diz a nota emitida pela empresa na íntegra.
Coordenador geral da Fup diz que novos acidentes graves podem acontecer
Em conversa com o SRZD, o coordenador geral da Fup, João
Antônio de Moraes, reforçou que a Petrobras foge das principais
reivindicações dos sindicatos. Segundo ele, o item que está tendo maior
confronto é o SMS, (Segurança, Meio-ambiente e Saúde).
"Só em 2011, nós tivemos 16 mortes na Petrobras (14 seriam de
empresas terceirizadas). Desde 1995, quando a Fup começou a contabilizar
isso, são 310 mortes. Para nós essa questão é central e estamos ainda
mais preocupados com o crescimento que a empresa vai ter nos próximos
anos. Se essa situação não mudar, nós poderemos voltar a ter graves
acidentes com profissionais além de acidentes ambientais, como nós
tivemos no passado" alerta João Antônio.
De acordo com ele, a principal mudança deve acontecer na política de
saúde e segurança, que ainda é muito autoritária, algo que a empresa se
recusaria a propor. "Eu costumo dizer que a Petrobras, nessa área, ainda
é a Petrobras da ditadura militar. Não escuta os trabalhadores e nos
trata com prepotência e arrogância."
O representante da Fup conta que o grupo deu um prazo até o próximo
dia 10 para que a empresa tente voltar a conversar e atenda as
reivindicações. "Se não avançar, vai ter greve!", encerra João Antônio.
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