Os representantes dos
trabalhadores dos Correios e diretores da empresa chegaram a um acordo
na tarde desta terça-feira para encerrar a greve no setor, que está
completando 21 dias.
Agora a
maioria dos 35 sindicatos da categoria precisam aprovar a proposta nas
assembleias para encerrar a paralisação - as assembleias devem acontecer
na quarta-feira (5) e o retorno ao trabalho no dia seguinte, caso
aprovado. O comando nacional vai orientar os sindicatos pela aceitação
da proposta.
"Vamos
formalizar definitivamente na próxima segunda-feira. Acho que foi uma
proposta satisfatória para todos", disse a ministra do TST Maria
Cristina Peduzzi. "Mas se não for aprovado nas assembleias, volta tudo
como estava antes", completa.
O acerto entre as partes foi fechado durante audiência de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília.
O acordo
firmado estabelece a reposição salarial da inflação de 6,87% e mais um
reajuste linear de R$ 80 a partir de outubro. Esse era um dos principais
pontos de discórdia, uma vez que os trabalhadores queriam o ganho real
linear para agosto e os Correios concordavam em pagar apenas em janeiro.
Para se
chegar a esse valor de ganho real, os trabalhadores abriram mão de um
abono de R$ 500 (que não seria incorporado ao salário).
Também
ficou acertado que os 21 dias parados não serão descontados por
completo. Para repor 16 dias de greve, os trabalhadores terão de
trabalhar durante fins de semana e para colocar em dia o atraso nas
entregas provocado pela greve. A compensação será estendida até o
segundo domingo de maio de 2012.
Os outros
cinco dias, que já foram descontados na folha de pagamento de setembro,
serão devolvidos aos trabalhadores em uma folha suplementar até cinco
dias úteis após o retorno ao trabalho. No entanto, eles serão
descontados a partir de janeiro do ano que vem, sendo parcelados em 12
prestações.
Também
ficou acertado um reajuste nos benefícios. O vale-refeição passa para R$
25 (reajuste de 8,7%), o vale-cesta básica R$ 140 (7,7%) e um plano
para aquisição de medicamentos.
Os
trabalhadores reivindicavam inicialmente uma reposição salarial da
inflação de 7,16% e com as perdas salariais de 24,76%. O reajuste linear
solicitado seria de R$ 400 e o piso salarial seria de R$ 1.635 -
atualmente é de R$ 807.
A empresa
oferecia reposição da inflação de 6,87% e reajuste linear de R$ 50 a
partir de janeiro do ano que vem. Os Correios também ofereceram um abono
salarial de R$ 800 (que não seria incorporado ao salário).
A greve
provocou até agora o atraso na entrega de 136 milhões de objetos - o que
corresponde a 35% da carga total que chegou à empresa.
Fonte: Folha Online
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